A cerâmica arqueológica pode constituir um dos principais elementos caracterizadores da evolução da civilização e do Homem enquanto tal. A preservação e valorização desse documento histórico, passa pela existência de uma boa política de conservação preventiva bem como recursos humanos habilitados e qualificados com conhecimentos, capacidades e atitudes que permitam o pleno exercício das funções de qualquer instituição museológica, por forma a salvaguardar todo e qualquer bem patrimonial. É o Gabinete de Cerâmica do Campo Arqueológico de Mértola que se ocupa da conservação e o restauro dos materiais cerâmicos, do seu registo e inventário e ainda da manutenção dos objectos, quer os que estão expostos no Museu de Mértola quer os que são guardados em reserva. Em qualquer intervenção, devemos ter em conta os diferentes tipos de cerâmica, as variações na composição, execução e as diferentes temperaturas de cozedura que irão afectar o grau de susceptibilidade de determinada pasta cerâmica às condições ambientais. De uma maneira geral, são as cerâmicas cozidas a temperaturas mais baixas que se deterioram mais facilmente.
As etapas de intervenção num objecto cerâmico são as seguintes: limpeza, marcação, consolidação, colagem, preenchimento de lacunas e reintegração pictórica. Os trabalhos de intervenção de conservação e restauro em peças cerâmicas, exigem um “sem fim” de procedimentos básicos e desenvolvem-se de acordo com um conjunto de etapas sequenciais, que exigem um registo apurado e exaustivo, (escrito e fotográfico) de todas as etapas levadas a cabo e a justificação das mesmas. Cada objecto deve ser considerado um caso único, não só pela sua composição, mas essencialmente pelo seu estado de conservação, significado histórico, cultural, estético e artístico. Cada peça suscita problemas próprios e impõe da parte da equipa técnica a definição de um programa de intervenção que lhe seja adequado, acrescentando sempre valor.
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